Ex-prefeito, ex-chefe do RH e dois advogados são acusados de desviar
cerca de R$ 400 mil que a prefeitura recebeu do Governo Federal.
Por
G1 Rio Preto e Araçatuba
Ex-prefeito de Urânia é preso durante
operação da Polícia Federal
O ex-prefeito de Urânia (SP), Francisco Airton Aracuza, foi preso na manhã
desta quinta-feira (30) durante operação da Polícia Federal, que investiga o desvio de verbas na
prefeitura da cidade. Ele é acusado de fazer parte do esquema. Os agentes
federais cumpriram quatro mandados de prisão temporária, 10 mandados de
condução coercitiva e sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Urânia, Jales (SP) e Votuporanga (SP).
A TV TEM tentou entrar em contato com o advogado do
ex-prefeito, mas ele não foi localizado para falar sobre o assunto.
Os mandados
foram expedidos pela Justiça Estadual de Urânia e, além do ex-prefeito, foram
presos o ex-chefe do RH da prefeitura e dois advogados. Todos são acusados de desviar
cerca de R$ 400 mil da prefeitura de Urânia, que foi recebido do Governo
Federal. A operação também investiga fraudes na folha de pagamento da
prefeitura de Urânia na gestão passada.
Segundo a PF,
nos pagamentos suspeitos, pagos a apenas alguns assessores próximos ao
ex-prefeito, foram indenizadas férias e licenças-prêmio de até sete anos de
trabalho. Dois ex-assessores jurídicos receberam valores de acerto trabalhista
de até R$ 62 mil.
Os 12 servidores
beneficiados com as indenizações trabalhistas também receberam os salários de
dezembro, décimo terceiro e férias proporcionais, o que não ocorreu com o
restante dos funcionários públicos municipais, que não recebeu sequer o salário
do mês de dezembro e muito menos os valores relativos ao décimo terceiro.
Polícia Federal esteve na casa do
ex-prefeito de Urânia (Foto: Reprodução/TV Tem)
Durante as
investigações, os federais confirmaram que os 12 beneficiados com os pagamentos
feitos no último dia de mandato, são, na maioria, filiados ao partido do
ex-prefeito ou fizeram parte de sua coligação nas eleições de 2012. A polícia
diz que ao analisar o histórico de remuneração dos ex-assessores, os agentes
verificaram que alguns deles tiveram até 400% de aumento salarial no período da
administração do ex-prefeito.
Além disso, os
demais funcionários da prefeitura, mais de 400 pessoas, entre eles os que
recebem as menores remunerações, passaram dificuldades no final de ano em razão
da falta do recebimento dos salários e décimo terceiro. Em alguns casos,
tiveram que contar até com a ajuda financeira de familiares.
A PF também
apurou que os pagamentos sobre as verbas trabalhistas indenizadas, embora não
fossem devidas aos ex-assessores, foram integralmente pagas, inclusive sobre
períodos que, juridicamente já estavam prescritos.
De acordo com a
polícia, alguns dos ex-assessores não tinham em seus assentamentos funcionais
nenhum registro de faltas ou afastamentos ao trabalho no decorrer de quase oito
anos, mas os federais encontraram registros de viagens de alguns ex-assessores
para o litoral brasileiro e para o exterior, como Estados Unidos, com períodos
de até 15 dias de duração. Esta condição (de ausência não registrada) fez com
que eles tivessem fraudulentamente direito às indenizações recebidas.
Somente o valor recebido a título de repatriação em Urânia seria praticamente suficiente para pagar a folha integral dos 295 servidores ativos do município, mas apenas os 12 servidores foram contemplados. A operação foi batizada com o nome Repartição em alusão à repartição (divisão/distribuição) indevida de recursos públicos que ocorreu em uma repartição.
De acordo com a
PF, o ex-prefeito, os advogados e o ex-diretor de RH de Urânia, além dos outros
10 investigados que faziam parte dos servidores de confiança do ex-prefeito,
poderão responder pelos crimes de desvios de verba pública, peculato e
associação criminosa com penas que podem chegar a até 25 anos de reclusão. Os
presos, após serem ouvidos pela autoridade policial, serão encaminhados às
cadeias de Santa Fé do Sul (SP) e Guarani d’Oeste (SP), onde permanecerão à disposição da
Justiça.
Outra
Esta não é a primeira operação que investiga suspeita de desvios de recursos provenientes da repatriação na região. No final de fevereiro, a PF de Jales deflagrou a Operação Catatau, que prendeu o ex-prefeito, a ex-tesoureira e o assessor da Prefeitura de Dolcinópolis (SP), devido à desvios relacionados aos recursos da repatriação recebidos do governo federal. Todos os envolvidos continuam presos preventivamente aguardando julgamento.
Esta não é a primeira operação que investiga suspeita de desvios de recursos provenientes da repatriação na região. No final de fevereiro, a PF de Jales deflagrou a Operação Catatau, que prendeu o ex-prefeito, a ex-tesoureira e o assessor da Prefeitura de Dolcinópolis (SP), devido à desvios relacionados aos recursos da repatriação recebidos do governo federal. Todos os envolvidos continuam presos preventivamente aguardando julgamento.
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